Pular para o conteúdo principal

Pousada é referência em turismo sustentável no coração da Amazônia

Família viaja para esquiar, não acha neve, e TJ manda agência pagar R$ 32 mil

Empresa de turismo vendeu pacote com instruções detalhadas do esporte. Justiça afastou 'caso fortuito'; cabe recurso.


Por G1 DF

Uma agência de turismo foi condenada a indenizar, em quase R$ 32 mil, uma família do Distrito Federal que contratou uma viagem para esquiar nos Alpes italianos, mas se deparou com montanhas sem um floco de neve sequer.

Cidade coberta pela neve nos Alpes suíços, próxima à fronteira com o Norte da Itália, em imagem de arquivo (Foto: Renata Buarque/VC no G1)
Cidade coberta pela neve nos Alpes suíços, próxima à fronteira com o Norte da Itália, em imagem de arquivo (Foto: Renata Buarque/VC no G1)

O montante inclui metade do valor do pacote – pouco mais de R$ 15,7 mil – e outros R$ 16 mil por danos morais. A família pediu à Justiça um ressarcimento ainda maior, de R$ 138.567,33, mas a cifra foi negada. Ao todo, o pacote de viagens contemplava oito pessoas (o casal, cinco filhos e uma cuidadora).

Segundo o processo, a viagem se estendeu por oito dias entre janeiro de 2016 e fevereiro de 2017. A família afirmou à Justiça que chegou a ligar para o resort reservado ao ouvir notícias de que o volume de neve daquela temporada estava abaixo do normal, na tentativa de evitar prejuízos à "tradicional e anual viagem de esqui em família".

Por telefone, a equipe do hotel negou o problema, e disse que poucas pistas estavam fechadas por aquele motivo. Ao chegar na Itália, a família não encontrou pistas aptas a receber o esporte – segundo eles, uma falha no "dever de informação" das empresas.

O G1 não conseguiu contato com a família e com a empresa envolvidas no processo. Na Justiça, a Club Med Brasil tentou evitar o ressarcimento e a multa por danos morais, sob a alegação de que a ausência de neve era "fortuito externo" – ou seja, algo além do controle da empresa de turismo.

Informação antecipada

Na primeira instância, a 4ª Vara Cível de Brasília chegou a negar o pedido da família, que entrou com recurso e voltou a pedir indenização por danos morais e materiais. O caso "subiu" para a 5ª Turma Cível, que reformou a sentença no fim de fevereiro. O resultado só foi divulgado pelo Tribunal de Justiça nesta semana.

Na nova análise, o relator do recurso e desembargador Silva Lemos rejeita o argumento de "caso fortuito e força maior" apresentado pela agência. Segundo ele, isso só vale "quando o fato gerador do dano não for conexo à atividade desenvolvida."

"[...] Em se tratando de um pacote para hospedagem em um resort, no qual o voucher de hospedagem apresenta as orientações para o esqui de forma pormenorizada, a ausência de neve para a prática desse esporte não nos parece ser causa que caracteriza caso fortuito ou força maior com o condão de eximir a responsabilidade da empresa contratada", diz.

O entendimento foi acompanhado pelos desembargadores Josaphá Francisco dos Santos e Robson Barbosa de Azevedo, em uma decisão unânime. Como houve "consenso", a família e a empresa só podem apresentar recurso em instância superior – Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou Supremo Tribunal Federal (STF).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pousada é referência em turismo sustentável no coração da Amazônia

No Médio Solimões, iniciativa premiada envolve comunidade local em alternativa econômica e contribui para a preservação. Pousada Uacari recebe em média 700 turistas por ano, a maioria europeus e americanos. Cristian Edel Weiss | Deutsch Welle No lago formado pelo braço do rio Japurá, afluente do Solimões, uma plataforma flutuante se destaca entre o verde da Floresta Amazônica e o castanho-escuro da água: é a Pousada Uacari, localizada na Amazônia Central. A estrutura ecologicamente planejada tem capacidade para receber até 24 hóspedes simultaneamente. Estrutura flutuante foi construída no fim dos anos 1990 sobre um afluente do rio Solimões, na Amazônia Central Uma média de 700 turistas visita o local por ano, dos quais cerca de 70% estrangeiros. Além de localizado no coração da selva, o local está inserido na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, instituída em 1996 para proteger o ecossistema local, e se tornou um dos principais exemplos do turismo sustentável no Br...

O que é a permissão de viagem que a Europa exigirá de brasileiros a partir de 2021

Os brasileiros que fizerem uma viagem de turismo, negócios, para cuidados médicos ou simplesmente precisarem de uma conexão na Europa vão precisar de uma nova permissão da União Europeia (UE). BBC News Além do Brasil, outros 14 países da América Latina estão na lista deste novo requisito, que o bloco europeu insiste em dizer que não é um visto, e que entrará em vigor no final de 2021, após ter sido aprovado pelo Parlamento e pelo Conselho Europeu. A partir de 2021, alguns países da Europa passarão a exigir permissão de viagem para brasileiros | GETTY IMAGES Ele é chamado de Sistema Europeu de Informações e Autorização de Viagem (Etias, na sigla em inglês), uma autorização que os viajantes devem processar eletronicamente ao fazer seus planos de viagem para o chamado Espaço Schengen. São 26 países entre os quais estão os destinos europeus mais populares, como Espanha, França, Itália, Alemanha, Holanda, Bélgica e Grécia. Até o momento, o Reino Unido continua a fazer parte da Uniã...

Jordânia afunda avião no mar Vermelho para ressuscitar turismo de mergulho (VÍDEOS)

Na segunda-feira (26), um avião comercial inoperativo foi afundado no mar Vermelho, perto da cidade de Acaba, e assim se tornou mais uma peça de um museu subaquático da Jordânia. Sputnik Um avião Lockheed L-1011 TriStar foi afundado para se tornar mais uma peça entre 19 equipamentos militares que já se encontram no fundo do mar. Lockheed L-1011 TriStar | Reprodução O príncipe herdeiro da Jordânia, Hussein, chefiou a operação realizada pelas autoridades da zona econômica especial de Acaba (ASEZA), segundo a agência de notícias jordaniana Petra. "Hoje, o trabalho vai resultar no afundamento do avião para dar uma nova e bem-sucedida experiência para mergulhadores de Acaba e atrair mergulhadores de todo o mundo", declarou Nayef Al-Bakhit, presidente da zona econômica especial de Acaba. O preço aproximado do avião afundado TriStar-101 é US$ 430.000. Autoridades jordanianas afirmam que todo o equipamento foi limpo minuciosamente e todas as substâncias técnicas foram elimi...